COMUNICADOS

18-09-2019  COMUNICADO SOBRE A PROIBIÇÃO DE CARNE NAS CANTINAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

A APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal, quer tornar público um veemente protesto perante o anúncio da proibição de carne de vaca nas cantinas da Universidade de Coimbra a partir de janeiro de 2020 e manifestar solidariedade a todos os criadores de bovinos em Portugal.

É incompreensível que o Reitor de uma universidade com setecentos anos de história queira banir um alimento com milhares de anos e que terá contribuído para o desenvolvimento do cérebro dos nossos antepassados. “Ficámos espertos porque comemos carne”, foi uma afirmação recente do respeitado patologista Sobrinho Simões, em entrevista. Não queremos um retrocesso baseado no programa de proibições de uma minoria ativista e barulhenta.

A carne não é o principal produto das nossas vacarias, mas a venda ou engorda dos vitelos machos e das vacas após o fim da vida produtiva é um complemento fundamental quando o preço do leite está abaixo do custo de produção. As nossas vacas são criadas com cada vez mais cuidados de bem-estar animal e alimentadas com 80% de alimentos produzidos nas terras que cultivamos. Os restantes 20% incorporam subprodutos da indústria alimentar que o ser humano não consegue digerir e que doutra forma seriam desaproveitados. O nosso trabalho é baseado na experiência de gerações e apoiado e orientado por agrónomos, zootécnicos e veterinários que estudaram nas Universidades e nos aconselham com base na investigação e na melhor evidência científica.

Portugal importa quase 50% da carne bovina que consome. Quem se preocupa com a pegada ecológica dos alimentos pode começar por escolher carne nacional, sem consumo de combustíveis na importação e baseada na pastagem ou cultivo de terras que de outra forma ficariam abandonadas sendo pasto privilegiado para incêndios que, além do perigo de vida para as populações, são uma enorme libertação de carbono para a atmosfera.

Nós, os produtores de leite e técnicos que restamos e resistimos às crises, somos descendentes de outros produtores e técnicos que, no passado, com estudo, investigação e trabalho, foram capazes de contrariar os profetas da desgraça que previam que a humanidade morreria à fome perante o aumento da população. Não ignoramos as alterações climáticas. Como agricultores, seremos os primeiros a sofrer. Faremos a nossa parte para que a agricultura e pecuária sejam parte da solução, mas precisamos da massa cinzenta das Universidades para sermos mais eficientes numa agricultura de precisão. E esperamos que estudantes e professores possam ter uma alimentação completa, equilibrada e variada, sem falta de ferro e vitamina B12, que permita estudar, investigar e decidir com bom senso.


30-05-2019  DIA MUNDIAL DO LEITE - IMPORTANTE CELEBRAR

O dia mundial do leite é comemorado a 1 de junho. A data foi escolhida em 2001, pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO/ONU), com o objetivo de celebrar o consumo de lácteos pela população mundial.

Sabemos que o leite é uma excelente fonte de minerais, entre os quais o cálcio, o fósforo, o magnésio e o zinco. Contém ainda proteínas de elevada qualidade ou valor biológico (ricas em aminoácidos essenciais) e vitaminas (principalmente A e de complexo B).

Nunca foi tão importante falar da alimentação como hoje! O acesso à informação e desinformação está à distância de um simples “CLIC”. Quando surge uma dúvida, uma rápida pesquiza na Internet permite-nos obter, em espaço de segundos, muita informação, mas muitas vezes errada e que resulta de perceções distorcidas do que realmente acontece.

Paralelamente a este facto, cada vez mais as pessoas vivem em meios urbanos ou distantes da dinâmica do mundo rural, não tendo conhecimento do que acontece na agricultura.

Perante esta lacuna, surgiu o projeto “Leite é vida” que pretende APROXIMAR e DAR A CONHECER o que está por detrás de um copo de leite. Quem melhor que um agricultor para explicar o que faz e porquê que faz? Começámos por contactar ATL´s e centros de estudo e desafiamos a incluir as visitas às vacarias nas suas atividades de Verão. Depois fomos mais ambiciosos, decidimos mostrar às escolas aquilo que fazemos nas nossas vacarias e juntar uma atividade de confeção e degustação de queijo fresco. Juntámos ainda umas deliciosas compotas e assim passaram 3 anos.

3 anos a dar a cara, a dar a conhecer o que fazemos, de forma transparente.

3 anos a combater a desinformação sobre os cuidados dos agricultores com os animais.

3 anos a mostrar que sem agricultura não há vida!

3 anos a mostrar que de facto “leite é vida”!

A equipa “Leite é vida”, em apenas três meses, deu a conhecer a 749 crianças e seus educadores o que está por detrás de um copo de leite. Abdicámos do nosso pouco tempo livre, madrugámos para ordenhar as vacas e estar nas escolas, por vezes distantes, às 10h da manhã. Pedimos ajuda a familiares para dar apoio aos nossos filhos, adiámos os nossos compromissos, mas o esforço dará os seus frutos. O feedback é fantástico, as crianças e professores surpreendem-nos com os seus trabalhos sobre a atividade, esclarecemos dúvidas, desmistificámos mitos, aproximámos o mundo urbano do mundo rural.

Comunicar agricultura precisa-se!

O projeto “leite é vida” é um projeto autónomo integrado e apoiado pela APROLEP. Para assinalar o dia mundial do leite 2019, vamos organizar uma visita de estudo de 50 crianças á vacaria da família de José Augusto Ferreira localizada em Carvalhal, Barcelos, na próxima sexta-feira, dia 31, às 10h00.


11-04-2019  APROLEP LEVOU AO MINISTÉRIO DA AGRICULTURA PROPOSTAS PARA VENCER A CRISE DO LEITE EM PORTUGAL

A Direção da APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal foi hoje recebida em audiência pelo Senhor Secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Vieira, em substituição do Senhor Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, que se encontra em convalescença da intervenção cirúrgica a que foi submetido.

A APROLEP solicitou esta audiência em Março de 2019, após o anúncio da descida de mais um cêntimo por litro de leite pelas principais cooperativas e outros compradores. Esta descida ocorreu apesar de vários alertas lançado no início do ano pela APROLEP sobre a necessidade de aumentar o preço do leite ao produtor.

Os produtores de leite portugueses terminaram 2018 com um preço médio de 31,8 cêntimos por kg de leite, cerca de 4 cêntimos abaixo da média comunitária. A APROLEP estima que o custo médio da produção de leite se situe acima de 37 cêntimos por kg. As ajudas que os agricultores recebem da PAC não compensam essa diferença, tem vindo a ser reduzidas e as perspetivas após 2020 são negativas.

Nos últimos 10 anos o preço médio de Portugal esteve quase sempre abaixo da média comunitária, o que significou para os produtores portugueses um prejuízo de 421 milhões de euros face ao valor que receberiam se acompanhasse essa média, segundo as primeiras conclusões divulgadas ontem pelo grupo de trabalho para o setor leiteiro da Assembleia da República, de que aguardamos o documento final.

A evolução do preço do leite é muito preocupante porque ocorre apesar dos sinais positivos do mercado lácteo europeu, do fim dos stocks de leite em pó armazenado, ocorre depois da implementação da rotulagem da origem do leite em 2018 e da redução da recolha de leite imposta também em 2018 pela principal indústria, a Lactogal, em cerca de 60 milhões de litros aos seus produtores.

Preocupam-nos as promoções que desvalorizam o leite e seus derivados de uma forma permanente, tanto com o leite dos Açores como do continente que deviam ser alvo de maior valorização e transformação para substituir as importações de produtos lácteos como queijos e iogurtes. Preocupam-nos especialmente a importação de queijo servido fatiado na hotelaria e restauração sem qualquer perceção da origem por parte dos consumidores.

Sobretudo preocupa-nos a ausência de dinâmica e estratégia que nos permita ter esperança no futuro do setor. Vemos por parte da distribuição e da indústria uma atitude de navegação à vista e resolução dos próprios problemas sem qualquer preocupação com os produtores. Vemos o número de produtores a cair vertiginosamente ano após ano, sobretudo no continente. Em 2004 existiam 12.000 produtores no continente e 4000 nos Açores. Em fevereiro de 2019 restavam 2063 no continente, 2364 nos Açores e 22 na Madeira, para um total de 4449.

Preocupa-nos ainda a persistencia dos ataques ao leite enquanto alimento, sem base científica mas com um ativismo permanente na comunicação social e redes sociais que influenciam os cidadãos menos informados.

A APROLEP considera que esta crise profunda e persistente só poderá ser ultrapassada se todo o setor leiteiro, produção indústria e distribuição, for capaz de se unir para definir uma estratégia conjunta para o futuro sustentável da produção de leite em Portugal, que passe pela transformação, valorização do leite e partilha do valor com o produtor através de um preço justo e conta com o empenho do governo e de todas as forças políticas para atingir estes objetivos. A DIREÇÃO DA APROLEP


11-02-2019 – O FUTURO DO LEITE EXIGE DIÁLOGO E SOLIDARIEDADE ENTE TODOS

Os produtores de leite portugueses terminaram 2018 com um preço médio de 31,8 cêntimos por kg de leite, cerca de 4 cêntimos abaixo da média comunitária, conforme os dados disponibilizados pela Comissão Europeia através do observatório europeu do leite.

Os produtores de leite em Espanha tiveram ao longo de 2018, tal como em anos anteriores, um preço ligeiramente superior ao nosso, mas também sempre abaixo da média comunitária. Espanha adotou agora a rotulagem obrigatória da origem do leite e produtos lácteos, prática que Portugal tornou obrigatória já em 2018. No seguimento dessa nova legislação, cremos que foram muito oportunas as palavras de Luis Planas, que em Espanha é Ministro da Agricultura, Pescas e Alimentação e que pediu à indústria para “refletir sobre o preço que recebem os produtores de leite para que possam também beneficiar da subida registada na Europa”, sublinhando que “a evolução do mercado europeu está a ser favorável” e lembrando que das 350.000 toneladas de leite em pó que estavam armazenadas para intervenção, apenas restam 4.000 “, um demonstração de que as coisas estão bem” no mercado europeu e que ” existe estabilidade e boa remuneração para os produtores de leite na UE”. Mostrou-se assim “surpreendido” por não ver “a melhoria da Europa transferida” para o mercado local, pelo que pediu a todos os intervenientes no sector leiteiro para “dar um passo em frente”, porque “os produtores merecem uma remuneração justa e estável para o seu trabalho”.

O preço médio de Portugal tem sido também consequência do baixo preço pago aos produtores açorianos. Por isso a APROLEP associa-se ao presidente da Federação Agrícola dos Açores, Jorge Rita, que ainda recentemente defendeu ser uma obrigação “garantir a subida do preço de leite à produção” e regista as palavras do Secretário Regional da Agricultura e Florestas dos Açores, João Ponte, que anunciou uma iniciativa para “dialogar e articular posições com a produção e a indústria sobre os laticínios, com vista a uma maior valorização da matéria-prima, dos produtos e do desenvolvimento desta fileira”, bem como do Presidente do Governo Regional, Vasco Cordeiro, segundo o qual “não há alternativa ao entendimento” entre a produção, transformação e comercialização, sendo um “erro crasso” para qualquer destes parceiros pensar que, “salvando-se a si, deixando cair os outros, pode triunfar”.

Os produtores de leite em Portugal continental foram ao longo dos últimos anos vítimas de preços baixos e limitações à produção impostos e justificados, por parte da indústria, com o mercado espanhol e com o leite vindo dos Açores. Nesse sentido, cremos ser neste momento obrigação do Governo português, através do Ministério da Agricultura, tomar também uma posição e articular com o Governo Regional do Açores e com o Governo espanhol uma solução para a crise do preço baixo do leite que persiste em toda a Península Ibérica, chamando à mesa produção, indústria e distribuição, para que os mais fortes não caiam na tentação de tentar salvar-se deixando a produção afundar-se em preços baixos e para que seja rapidamente possível subir o preço do leite ao produtor até um nível justo.

A Direção da APROLEP


27-12-2018  DESAFIO 2019 – AUMENTAR O PREÇO DO LEITE AO PRODUTOR

2018 foi mais um ano difícil para os produtores de leite em Portugal. Assistimos à implementação da rotulagem da origem do leite mas ainda não vimos o resultado dessa opção no rendimento dos agricultores. Sentimos um aumento da procura de leite por parte das grandes superfícies comerciais que procuram garantir o abastecimento regular das suas lojas com leite nacional, respondendo assim à preferência dos consumidores, mas continuámos durante todo o ano com preços abaixo dos custos de produção e da média europeia. Segundo os últimos dados disponibilizados pela Comissão Europeia através do observatório europeu do leite, tivemos em outubro um preço médio de 31,1 cêntimos/kg em Portugal estando na Europa um preço médio de 35,9 cêntimos. Quase 5 cêntimos de diferença!

Não existindo em Portugal dados oficiais sobre o custo médio da produção de leite, estimamos que o seu valor se situe acima de 37 cêntimos por kg. As ajudas que os agricultores recebem da PAC não compensam essa diferença, tem vindo a ser reduzidas e as perspetivas após 2020 são negativas. Para resistir, os agricultores tem adiado investimentos e não retiram para si e para as suas famílias um salário digno, compensador do trabalho necessário para o cultivo dos campos e o cuidado dos animais.

A cada ano que passa Portugal perde produtores. Em agosto já só éramos 4578, menos 200 que um ano atrás. O abandono é mais significativo no continente, onde o número de produtores passou a ser inferior ao número de produtores açorianos desde fevereiro. Neste quadro comunitário, desde 2014, poucas dezenas de jovens se instalaram no setor e desses poucos alguns ainda aguardam pela disponibilidade de fundos para apoiar os investimentos necessários à instalação. As famílias que resistem tem cada vez mais dificuldade em encontrar mão-de-obra disponível para trabalhar no setor e a situação irá agravar-se à medida que os salários sobem, muito justamente, enquanto o preço do leite ao produtor continua injustamente congelado.

Falta visão e falta ambição no setor leiteiro. Por isso, enquanto Associação representante dos produtores de leite que não desistiram, vimos aqui deixar alguns desafios ao Governo, à distribuição e à indústria. Desafiamos o governo a avaliar o resultado da rotulagem da origem do leite para verificar porque não chegou ainda valor acrescentado aos produtores e a bater-se a nível europeu por um mercado responsável que impeça futuras crises de excesso de produção. Desafiámos a indústria a transformar e valorizar mais o leite para reduzir importações, aproveitar oportunidades de exportação e partilhar valor com o produtor. E desafiámos a distribuição a seguir o exemplo que adotou na França e negociar com a indústria transformadora para assegurar aos produtores um preço mínimo de 37 cêntimos. Por último, agradecemos à comunicação social que não esqueceu a nossa luta e aos cidadãos e consumidores que deram preferência ao leite e produtos lácteos nacionais porque apreciam o nosso trabalho e reconhecem o direito dos agricultores terem um rendimento justo que permita continuar a cuidar dos animais, cultivar os campos, manter o meio rural vivo e passar as nossas empresas agrícolas aos nossos filhos. A Direção da APROLEP


26-11-2018  PRODUTORES QUEREM LEITE COM PREÇO JUSTO NA EUROPA E MAIS JOVENS NO SETOR

A APROLEP-Associação dos Produtores de Leite de Portugal, em colaboração com a AJADP- Associação dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto, organizou a 23 de Novembro 2018, na Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, o 1.º Colóquio Nacional do Leite, onde participam cerca de 300 produtores, técnicos e especialistas.

Na sessão de abertura o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural defendeu que o setor leiteiro deve adotar um «novo posicionamento estratégico para a internacionalização» como forma de sair do ciclo vicioso de preços baixos à produção: «temos de dar o nosso contributo, com fundos mutualistas onde todos contribuam de forma equitativa para a internacionalização do setor. O próximo QCA será uma grande oportunidade», afirmou Miguel Freitas.

A mesa redonda “Instalação de jovens na produção de leite” iniciou-se com um facto preocupante, a falta de rejuvenescimento do setor: desde 2014 instalaram-se na produção de leite muito poucos jovens, uma percentagem muito baixa no total de investimento de jovens agricultores em Portugal, no âmbito do PDR2020-Programa de Desenvolvimento Rural. «Os jovens não têm estabilidade financeira de longo prazo para investir, a submissão dos projetos de investimento (ao PDR2020) é complexa e os pagamentos demorados», apontou Marisa Costa, jovem produtora de leite e membro da direção da APROLEP.

A questão da entrada da grande distribuição na produção de leite (fábrica Jerónimo Martins em Portalegre) e a recente compra direta do leite por parte do grupo JM a produtores na bacia leiteira do Minho surgiu no debate. O representante da Agros, José Campos, disse que «todos são bem-vindos desde que acrescentem valor à produção e mais tarde não abandonem os produtores, como já aconteceu com outras experiências». Já Marisa Costa, que considera positiva a chegada de um novo comprador, deixou no entanto um alerta: «os produtores que queiram mudar de comprador devem salvaguardar-se e ler os contratos com muita atenção».

Leite Justo- experiência belga a replicar

 “A experiência do leite justo na Europa”, relatada por Erwin Shopges, Presidente da Associação Europeia de Produtores de Leite (EMB) e da cooperativa belga Faircoop prendeu a atenção da plateia. Esta cooperativa criou em 2010 uma marca própria de leite e laticínios – “Fairebel” – que pertence aos 500 produtores de leite seus associados, com o objetivo de obter uma remuneração mais justa ao produtor. Em 8 anos passou de 800 mil para 10 milhões de litros de leite justo vendido na Bélgica, graças a uma forte campanha de marketing junto do consumidor final, envolvendo diretamente os produtores de leite em ações promocionais.

«Não queremos viver de ajudas públicas, queremos viver da produção de leite. É preciso que o preço do leite cubra os custos de produção, incluindo um salário justo para o agricultor. Apelo às associações portuguesas que se juntem a nós para mudarmos a política europeia, implementando mais projetos de leite justo na Europa e um progra de responsabilidade do mercado», afirmou Erwin Shopges.

No terceiro e último tema do colóquio, “Cooperativismo e a redução de custos de produção”, os oradores foram unânimes quanto à urgência de um modelo cooperativo mais eficiente, com cooperativas leiteiras de maior dimensão, que tenham mais poder negocial junto dos fornecedores de fatores de produção e dos compradores do leite. «Em Portugal já só existem 4000 produtores de leite e a tendência é de redução, é preciso cooperativas fortes que defendam o bem comum dos produtores de leite. Se não formos nós, não serão os privados a defender os nossos interesses», disse Pedro Pimenta, presidente da Cooperativa Agrícola de Coimbra. Na sessão foi apresentado por representantes de cooperativas galegas, o modelo adotado na Galiza onde nos últimos anos ocorreram fusões de diversas cooperativas.

A sessão de encerramento foi presidida pelo Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso. O colóquio terminou com um brinde ao leite e um lanche com produtos lácteos. A APROLEP E AJADP agradecem o apoio da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, da Caixa de Crédito Agrícola de P. Varzim, Vila do Conde e Esposende e das empresas patrocinadoras: Harker Sumner, Syngenta, Affimilk, Nutrinova, Vaca de Socas, Dupont Pioneer, Socidias, Torre Marco e Consulai.


16-11-2018  COLOQUIO NACIONAL DO LEITE EM VILA DO CONDE A 23 DE NOVEMBRO

A APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal, em colaboração com a AJADP, Associação dos Jovens Agricultores do Distrito do Porto, vai organizar no dia 23 de Novembro 2018, Sexta-Feira, entre as 10 e as 18 horas, no Auditório da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, o 1.º Colóquio Nacional do Leite, com os seguintes temas “Instalação de jovens na produção de leite”, “A experiência do leite justo na Europa” e “O Cooperativismo e a Redução de custos de produção”. A sessão de abertura contará com a presença do Engº Miguel Freitas, Secretário de Estado das florestas e Desenvolvimento Rural. Esperamos cerca de 300 participantes.

O primeiro tema, Instalação de jovens na produção de leite”, terá uma mesa redonda moderada pela Jornalista Isabel Martins, da Revista “Vida Rural” e parte da constatação que a produção de leite, tal como a agricultura portuguesa em geral, é um setor envelhecido. São poucos os jovens dispostos a apostar no setor e muitas as dificuldades que encontram, ao nível dos apoios, dos licenciamentos e da disponibilidade das empresas compradoras para aumentar os contratos para níveis que viabilizem os projetos de investimento. Como agir para renovar a produção de leite? Como apoiar a instalação de jovens no setor de modo eficaz?

O segundo tema, “A experiência do leite justo na Europa”, será moderado pelo jornalista Abel Coentrão, do Jornal Público e terá como orador Erwin Shopges, Presidente da Associação Europeia de Produtores de Leite, EMB e da cooperativa belga Fairebel. Em Portugal enfrentamos um mercado com 10 anos de preço baixo à produção, abaixo do custo de produção e da média europeia. O caso do “leite preço justo” é um sinal de esperança, uma iniciativa com várias réplicas em expansão que vale a pena conhecer, porque permite aos consumidores com a sua escolha apoiarem um sistema de produção de leite “sustentável” para a economia dos produtores de leite e do meio rural. Fará sentido desenvolver esse caminho em Portugal? Teremos cooperativas e indústrias disponíveis?

O terceiro e último tema, “Cooperativismo e a Redução de custos de produção”, será uma mesa redonda moderada pela jornalista Paula Ferreira do Jornal de Notícias e contará com a presença de líderes cooperativos nacionais e da Galiza. Temos consciência que não basta lutar por um preço justo, é preciso ser eficiente na aquisição dos fatores de produção. Como podem as cooperativas renovar-se, reorganizar-se e tornarem-se também elas competitivas para atuarem no mercado e fornecerem os fatores de produção a preços cada vez mais competitivos?

A sessão de encerramento será presidida pelo Diretor Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Dr. Manuel Cardoso. Porque confiamos na qualidade dos produtos lácteos que resultam da transformação do bom leite português, teremos um pequeno-almoço lácteo para iniciar o dia e terminaremos com um lanche também com produtos lácteos. Desde já agrademos o apoio da Cooperativa Agrícola de Vila do Conde, da Caixa de Crédito Agrícola de P. Varzim, Vila do Conde e Esposende e das empresas que patrocinam o colóquio: Harker Sumner, Syngenta, Affimilk, Nutrinova, Vaca de Socas, Dupont Pioneer, Socidias, Torre Marco e Consulai.


11-08-2018  BALANÇO DA MANIFESTAÇÃO DE PRODUTORES DE LEITE JUNTO À LACTOGAL

No seguimento da manifestação realizada em 9 de Agosto no Porto junto à sede da Lactogal e de várias reações, a direção da APROLEP decidiu tornar público o seguinte:

  • Produtores de leite de cooperativas associadas da Lactogal receberam, a 31 de Julho, mensagens sobre a descida do preço do leite em 1 cêntimo por litro, a partir de 1 de Agosto, dia em que a Aprolep emitiu um comunicado contestando essa descida e lançando um apelo a “todos os produtores, cooperativas e restantes organizações agrícolas para uma reflexão e ação de luta conjunta capaz de mudar esta rota a caminho do abismo para a produção de leite em Portugal.”
  • Na semana seguinte a APROLEP foi convidada para uma reunião de cooperativas e associações que decidiram enviar uma carta à administração da Lactogal e convocar uma manifestação para o dia 9 de Agosto, tendo a APROLEP assumido a tarefa de divulgar os comunicados e avisar as autoridades. Contudo, tivemos o cuidado inicial de anunciar que a manifestação era “convocada por várias associações e cooperativas agrícolas” e, no comunicado final, baseado na referida carta, explicar que participavam “Centenas de produtores de leite, convocados e representados por dezenas de cooperativas e associações”. Os dirigentes dessas organizações estiveram presentes na manifestação, fizeram intervenções e prestaram declarações à comunicação social. Assim, dizer que uma manifestação onde estiveram cerca de 600 produtores responsáveis por cerca de dois terços da produção recolhida pela Lactogal no continente foi apenas promovida por uma “associação dita representativa dos mesmos” é uma tentativa infeliz de desvalorizar o que se passou e mais uma falta de respeito pelos produtores.
  • Para além das 21 cooperativas e 4 associações que assinaram a carta e estiveram presentes na manifestação, queremos salientar a solidariedade manifestada em comunicado pela AJAP, pela CNA e pelas Associações Agrícolas da Ilha Terceira, cujo comunicado refere que a Lactogal, sendo responsável pela recolha de todo o leite das ilhas Terceira e Graciosa, paga aos produtores “uma média de 26 cêntimos/litro, muito aquém do que é pago na ilha de São Miguel, cujos produtores recebem em média 29,5 cêntimos por litro de leite” (…) A nossa solidariedade é total com os nossos colegas do continente. Estamos convosco.”
  • Registamos também como positivo e sinal de esperança a solidariedade manifestada em comunicado pela Agros e a sua tomada de posição para reduzir os lucros da Lactogal em favor da reposição do preço ao produtor.
  • A APROLEP representa os seus associados produtores de leite, tanto os que vendem o leite a cooperativas como a empresas privadas e nas suas intervenções procura defender a todos, sócios, não-sócios e em especial aqueles que não se podem associar ou não podem dizer em público aquilo que verdadeiramente pensam por receio de represálias de quem lhes compra o leite e/ou emprestou dinheiro.
  • Dizer, como disse a Lactogal, que o teor da descida do preço do leite é “uma decisão única e exclusiva das cooperativas” é fugir à verdade, fugir à responsabilidade e tentar dividir os produtores. As três associadas da Lactogal recebem o mesmo preço do leite (preço à porta da fábrica) sempre decidido na administração e depois de descontarem o custo de recolha e outros custos de funcionamento pagam aos produtores preços semelhantes que servem de referência para os restantes compradores privados.
  • Acusar a APROLEP de não lutar contra as importações de produtos lácteos é uma enorme falta de memória. Ignorar 10 anos de manifestações à porta e dentro de hipermercados, nas ruas, no parlamento ou as centenas de ações e intervenções a defender o leite nacional e a rotulagem da origem do leite é inqualificável e demostra desconhecimento, desorientação e desespero.
  • Durante a manifestação, exigimos “uma nova liderança da empresa, uma estratégia de cooperação, crescimento e inovação, o aumento urgente do preço do leite ao produtor e a redução dos salários milionários dos administradores”; Reparámos que a Lactogal não desmentiu a existência desses salários milionários na sua administração que já foram referência de capa de jornal em Março de 2009. Esse é um assunto que revolta os produtores e que evitámos denunciar em público para proteger a Lactogal enquanto instituição de cujo sucesso depende todo o setor leiteiro, mas não vamos esquecer e não vamos desistir desta exigência. A Lactogal pertence aos produtores através do setor cooperativo e cabe aos seus dirigentes assumir responsabilidades e tomar as decisões para ultrapassar a atual crise. Tal como os produtores e todos os que trabalham no terreno dão o máximo todos os dias para produzir leite de melhor qualidade, nós fizemos a nossa parte enquanto associação. Aguardamos decisões efetivas em tempo útil.

01-08-2018  NOVA DESCIDA DO PREÇO DO LEITE REVOLTA PRODUTORES

Os produtores de leite que fornecem as cooperativas associadas na Lactogal foram surpreendidos com o anúncio da baixa de um cêntimo por litro de leite a partir de 1 de agosto. Sem aviso e sem justificação anunciada, esta descida acontece mais uma vez em contraciclo com o mercado europeu onde se anuncia uma recuperação do preço, depois de dez anos com o preço médio português quase sempre abaixo do preço médio da Europa e depois de passarmos vários meses de 2017 com o pior preço entre os 28 países da Europa.

Esta descida representa uma completa desorientação e falta de estratégia, por ocorrer poucos dias após o anúncio de um “resgate de contratos” em que as várias cooperativas oferecem uma compensação aos produtores que aceitem reduzir ou abandonar a produção. O objetivo é reduzir a recolha anual em 60 milhões de litros de leite para alegadamente “garantir a valorização máxima do preço do leite”. Pelo contrário, parece que serão os produtores resistentes a pagar esse resgate com a desvalorização imediata do preço. É muito triste que depois de anos de trabalho a única hipótese para sair com alguma dignidade seja um resgate à custa dos que ficam a produzir.

Um cêntimo por litro pode parecer insignificante mas representa um ordenado mínimo numa empresa familiar de dimensão média com cerca de 50 vacas em produção. Além disso, sendo a Lactogal a maior indústria, o preço que paga costuma ser a referência para os outros compradores, pelo que esta descida pode prejudicar também produtores de outras empresas.

Reduzem a recolha, reduzem o preço, só não reduzem os ordenados dos gestores com dezenas de milhares de euros mensais e os lucros da Lactogal com dezenas de milhões de euros anuais. Uma empresa que deveria ser um marco do cooperativismo e um exemplo no setor parece servir apenas para alguns ganharem milhões enquanto o agricultor ganha tostões.

A Aprolep lamenta esta situação e apela a todos os produtores, cooperativas e restantes organizações agrícolas para uma reflexão e ação de luta conjunta capaz de mudar esta rota a caminho do abismo para a produção de leite em Portugal.

 Direção da APROLEP


28-05-2018  PRODUTORES DE LEITE PORTUGUESES RECEBEM CRIANÇAS PARA CELEBRAR O DIA MUNDIAL DO LEITE

O Dia Mundial do Leite foi criado em 2001 pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura para celebrar a importância do leite para a sustentabilidade, desenvolvimento económico das zonas rurais e nutrição saudável a nível global. Em 2017, a plataforma worldmilkday registou 588 eventos em 80 países, organizados por produtores de leite, cooperativas, associações nacionais de laticínios, escolas, grupos de nutrição, empresas de laticínios e milhares de famílias e cidadãos.

Consciente da necessidade de aproximar a população, especialmente as crianças, da produção de leite, a APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal, com a colaboração dos seus sócios que abrem as portas das suas casas agrícolas, organiza mais uma vez algumas atividades para assinalar a data.

Este ano, realizar-se-ão duas visitas. Dia 30 de Maio cerca de 60 crianças da Fundação de Válega em Ovar irão visitar a Qualileite Unipessoal Lda e dia 5 de Junho em Carvalhal Barcelos, cerca de 80 crianças da Escola Primária de Carvalhal irão visitar a vacaria de José Augusto Mariz. O objetivo é proporcionar um momento de convívio e aprendizagem de todos os participantes, dando-lhes a conhecer o que está por detrás do leite que encontram nas prateleiras dos supermercados. Além de conhecerem a rotina das vacas, alimentação e cuidados que recebem, as crianças terão oportunidade de realizar alguns jogos para aprender de forma divertida o caminho do leite “do prado ao copo” e degustarem queijo fresco confecionado com leite das vacarias que visitaram.

A Direção da APROLEP


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