COMUNICADOS

18-04-2016  AÇÃO DE MARKETING DIRETO RIBEIRA DO PORTO

Um grupo de produtores de leite irá amanhã, dia 18 de Abril, entre as 12h30 e as 13h30, realizar uma ação de marketing junto dos consumidores e superfícies de restauração / cafetaria na Praça da Ribeira (Praça do Cubo) no Porto. Haverá bandeiras nacionais e serão distribuídos folhetos aos consumidores e um novo cartaz desenvolvido pela APROLEP – Associação dos Produtores de Leite de Portugal, destinado a promover o leite e produtos lácteos portugueses em mercearias, supermercados, cafés e outras superfícies comerciais de pequena e média dimensão. O cartaz será ainda afixado em reboques e máquinas agrícolas que vão circular nas colheitas e sementeiras que vão decorrer nos próximos meses. Em anexo imagem do novo cartaz e do folheto.

Recordamos que se mantém a crise na produção de leite em Portugal, com restrições à produção, preços muito baixos e agora situações de atrasos de pagamento que estão a levar muitos produtores e suas famílias ao desespero.

08-04-2016  OBRIGADO, PAPA FRANCISCO!

O Papa Francisco publicou esta semana um vídeo sobre o setor agrícola. Na mensagem, integrada no ano da misericórdia e disponível no Youtube e nas redes sociais, o Papa afirma “Obrigado, camponês, o teu contributo é imprescindível para toda a humanidade. Como pessoa, filho de Deus, mereces uma vida digna”, questionando a forma como se retribuem os esforços dos agricultores e afirmando que sendo a terra “dom de Deus” não é justo que os seus benefícios sejam apenas utilizados em proveito de alguns. O vídeo termina com um apelo: “Gostaria que pensasses nisso e unisses a tua voz à minha por esta intenção: que os pequenos agricultores recebam a justa compensação pelo seu precioso trabalho.”

Esta mensagem é sinal de que o Papa Francisco ouviu os apelos dos agricultores e em particular dos Produtores de Leite Europeus que recentemente acolheu no Vaticano. As suas palavras são para nós um sinal de esperança apesar do momento muito difícil que se vive no setor. Esperamos que não sejam apenas motivo de oração para os crentes mas que provoquem também um impulso de ação em todas as pessoas de boa vontade que respeitam a palavra e o exemplo deste Papa e cujas decisões podem ajudar a salvar a produção de leite em Portugal. Obrigado, Papa Francisco!

A Direção da APROLEP

31-03-2016  NOVA EDIÇÃO DA REVISTA “PRODUTORES DE LEITE”

A APROLEP acaba de publicar mais uma edição da Revista “PRODUTORES DE LEITE”, Primavera / Verão 2016, que pode ser consultada on-line em www.produtoresdeleite.pt e será disponibilizada gratuitamente aos produtores de leite de todo o país, graças às empresas que anunciam os seus produtos e serviços na publicação. São estas e outras empresas do setor, que também tem estado unidas connosco na luta pela salvação da produção de leite em Portugal, que nos permitem publicar a revista disponibilizando informação técnica para melhorar a eficiência das explorações leiteiras, fundamental no período difícil que atravessamos.

Na edição nº 13 da Revista “PRODUTORES DE LEITE”, além de um artigo do Senho Ministro da Agricultura, damos destaque às ações de marketing direto e manifestações realizadas pelos produtores nos últimos meses, procurando, “fazer a nossa parte, fazer o que estiver ao nosso alcance para melhorar a situação dos produtores. Alertar, gritar de todas as formas possíveis, todas a vezes possíveis, em todos os meios possíveis, para a situação dramática que estamos atravessar”, pois todos meses se amontoam dívidas, atrasos de pagamentos, renegociações, simplesmente porque aquilo que recebemos pelo esforço estoico do nosso trabalho diário não paga as despesas elementares da exploração. Denunciar a ausência de patriotismo da distribuição responsável pela importação de 500 milhões de euros em produtos lácteos ao mesmo tempo que somos obrigados a reduzir a produção de forma drástica porque as indústrias não tem capacidade de escoamento mediante a redução das vendas de produtos nacionais. Exigir a rotulagem com a origem do leite e produtos lácteos, para que o consumidor possa ser solidário com a produção nacional. Exigir transparência na formação dos preços por forma a perceber a equidade da repartição das margens de sustentabilidade em toda a cadeia de valor. Exigir uma campanha de esclarecimento da população sobre as qualidades nutritivas do leite que pode e deve ter a chancela do governo, mas envolver também produção, industria e distribuição. Denunciar a hipocrisia dos que se apregoam defensores da produção nacional e importam tantos produtos lácteos para as suas marcas brancas. Exigir que retifiquem a sua posição e aumentem a percentagem de compra de produto nacional, em solidariedade com os produtores. Exigir também solidariedade por parte da indústria, que não se pode limitar a passar ao produtor a fatura que recebe dos abusos da distribuição e da falta de inovação e dinamismo comercial. Lembrar ainda ao Governo que não se pode desculpabilizar apenas com a difícil resolução de uma crise de mercado, porque nesta Europa dita “solidária” houve países que criaram medidas de apoio excecionais, nomeadamente Espanha, que distorcem a competitividade entre produtores de leite vizinhos.

Na capa, temos a foto de uma menina, segurando a bandeira nacional e o apelo “Indústria e Distribuição, salvem a produção!”. Esta foto resume aquilo que somos, a mensagem que temos e a responsabilidade que assumimos: Lutar pelo futuro da produção de leite em Portugal e pelo direito do Hugo, do Rui, do Simão, do David, do Henrique, do Bernardo, do Miguel, da Sara, do Pedro, do Luis, da Ana, da Sofia, do Tiago e de muitos outros meninos crescerem felizes em famílias de agricultores ativos e, se quiserem, poderem também um dia continuar o nosso trabalho de produção de leite em Portugal.

28-03-2016  CARTA ABERTA À DIRETORA GERAL DA APED, ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE EMPRESAS DE DISTRIBUIÇÃO – PELA SALVAÇÃO DA PRODUÇÃO DE LEITE EM PORTUGAL!

A entrevista que a Diretora-geral da APED, Ana Isabel Trigo de Morais, deu ao jornal Expresso da passada sexta-feira, 25 de Março, contém algumas afirmações que não podem passar em claro, sob pena dos leitores ficarem com uma ideia errada da luta que travamos e das soluções que propomos para salvar a produção de leite em Portugal.

Em primeiro lugar, é dito que a APED está preocupada e defende há muito “uma campanha de promoção do consumo do leite, para desfazer alguns mitos que se tem criado”. Muito bem. Mas a APED apresentou ao governo, à indústria ou aos produtores alguma proposta concreta dessa campanha? Várias cadeias de distribuição editam as suas revistas, porque não utilizaram esse espaço para convidar médicos ou nutricionistas de modo a esclarecer os consumidores? Aquilo que a APED, os seus associados ou o Governo possam dizer sobre as qualidades do leite será mais importante para os consumidores do que uma mensagem dos produtores ou industriais de lacticínios, “advogados em causa própria”. Pergunto uma vez mais: Estão a APED e seus associados disponíveis para avançar nesta matéria ou esta proposta é apenas uma arma de defesa para situações de “aperto”?

Em segundo lugar, é referido que as lojas dos associados da APED “apenas” vendem 17% do leite importado. Pois se deixarem de importar alguns desses 17% (quantos milhões de litros representam?) poderão evitar a falência de muitas explorações e o abate de muitos animais. Estrategicamente, não diz qual a percentagem de queijos e iogurtes que importam, mas deve ser alta tendo em conta os 300 milhões de euros importados dos referidos produtos lácteos, segundo dados do INE. Lamentavelmente, apesar de reconhecer que “há um problema crítico nos setores de produção de carne de porco e de leite”, em nenhuma parte da entrevista é aberta uma perspetiva de mudança dos operadores que a APED representa, uma promessa de comprar mais um litro de leite ou um kg de queijo, face ao problema que reconhecem.

Em terceiro lugar, partindo da existência de “manifestantes à porta de lojas” com uma “agenda reivindicativa” dirigida (também) ao Governo e à Comissão Europeia, é feita a grave acusação de que “A distribuição é instrumentalizada em manifestações para pressionar o Governo e Bruxelas”. Essa afirmação ignora que a manifestação do passado dia 14 de Março em Matosinhos teve três pontos de concentração, sendo o primeiro a Direção Regional de Agricultura e Pescas, e que foi produzido um documento único com as várias reivindicações dirigidas ao Governo, a Bruxelas e à distribuição. Pensávamos que cada um saberia assumir a sua parte de responsabilidade, mas se não o fizerem teremos de repetir as vezes necessárias até que nos ouçam. Essa ideia implícita que os agricultores só querem subsídios é um insulto a tudo o que a minha associação tem feito desde que existe: Não queremos migalhas de uma Europa que se demita de defender os produtores face aos abusos dos elos mais fortes do mercado, lutamos por um preço justo para o que produzimos. E não queremos discutir as culpas da distribuição ou de outros elos da fileira do leite, pois não estamos em tribunal. Batemos à porta da distribuição porque acreditamos que ela pode ser a chave, pode ser a solução para a nossa crise, se deixar de lavar as mãos como pilatos e aproveitar esta época de Páscoa como uma passagem para uma “atitude de compromisso”, concreta, se deixar de importar as sobras da Europa e se comprometer a comprar mais leite e produtos lácteos de origem nacional, a um preço sustentável. Está nas mãos dos associados da APED escolher se passamos para uma nova fase ou se vão continuar a afirmar que apoiam a produção nacional enquanto enchem as suas prateleiras de produtos importados, que continuaremos a denunciar.

18-03-2016  PRECISAMOS DE HIPERCADOS 100% EMPENHADOS EM SALVAR A PRODUÇÃO DE LEITE!

Soubemos ontem pela comunicação social que “cerca de 80% do leite e dos produtos lácteos de marca Pingo Doce comercializados nas respetivas lojas são adquiridos a fornecedores portugueses”. Ora os 20% que faltam podem ser a diferença para salvar muitas explorações leiteiras.

Temos situações desesperantes de produtores que recebem 20 cêntimos por litro produzido. Temos produtores que foram obrigados pela indústria a reduzir 25% a produção de leite, ficando sem margem para os encargos assumidos com bancos e fornecedores.

Se os vários hipermercados aumentarem a percentagem das suas compras de leite e produtos lácteos em Portugal, se Pingo Doce passar de 80 para 100% de compras em Portugal, se exigir aos seus fornecedores de queijo e iogurtes garantias que estão a laborar com leite produzido em Portugal, podemos parar de abater animais saudáveis e salvar muitos produtores, muitos empregos e toda a economia do meio rural.

Não podemos aceitar a dificuldade de escoar o leite produzido e o baixo preço praticado num país que importa quase 500 milhões de euros em produtos lácteos, dos quais 300 milhões em queijos e iogurtes. Insistimos que a solução mais lógica, do ponto de vista económico, social e ambiental, é a substituição das importações de sobras de leite da Europa por leite e produtos lácteos nacionais, mais frescos, mais próximos do produtor ao consumidor, de qualidade comprovada e com mais-valias para a economia nacional.

Desafiamos a distribuição e a indústria a darem as mãos para salvar a produção nacional e em particular os produtores que se encontram na situação de desespero que referimos, através do escoamento da produção a um preço justo.

Porque precisamos da ajuda de todos para esta causa, porque a voz dos produtores ainda não foi ouvida nem teve as respostas concretas que precisamos, lançámos uma petição pública: “APELO À DISTRIBUIÇÃO PARA SALVAR A PRODUÇÃO DE LEITE EM PORTUGAL.

17-03-2016  CARTA ABERTA – A LUTA DOS PRODUTORES DE LEITE VAI CONTINUAR

No balanço daquela que terá sido, provavelmente, a maior manifestação de produtores de leite e carne reaalizada em Portugal, reunindo cerca de 3000 pessoas e 300 tratores, quero dirigir umas breves palavras à fileira do leite e aos diversos agentes nela envolvidos:

  • Uma primeira palavra para saudar os heróis tratoristas que vieram não apenas de Vila do Conde, onde iniciamos a marcha organizada em direção à manifestação, mas também de Esposende, Barcelos, Póvoa de Varzim, Famalicão, Maia, Matosinhos, Trofa, Santo Tirso, Valongo, Penafiel, Amarante (a 60 kms da manifestação!) e mais algum concelho que por lapso esteja a omitir. Levantaram-se de madrugada, trataram dos animais e fizeram-se à estrada para se juntarem às 3000 pessoas, vindas de todo o país, que participaram nas concentrações e marcha desde a DRAPN até Pingo Doce e Continente de Matosinhos.
  • Uma palavra particular para o civismo com que decorreu toda a manifestação e para a paciência dos tratoristas, submetidos a uma inusitada operação stop pela GNR que provocou um atraso de uma hora na chegada à manifestação e a paragem do trânsito na N13. Ao fim de longos minutos, voltou a imperar o bom senso. Ficámos assim esclarecidos sobre uma das causas da nossa crise: Em vez de fiscalizar os camiões de produtos lácteos importados, a polícia recebe ordens para fiscalizar os tratores das manifestações. Saliente-se, no entanto, o comportamento exemplar dos agentes da GNR e PSP que estiveram presentes ao longo da manifestação.
  • Uma terceira palavra de reconhecimento para os jornalistas que acompanharam a nossa luta desde sempre e em particular no dia 14, desde às 6h30 até às 22h00, no meio das vacas, em cima dos tratores, a transmitir a crise que vivemos e a denunciar a ação da polícia que já lamentei acima.
  • Uma quarta palavra de louvor para os técnicos agrícolas, comerciais, veterinários, funcionários de cooperativas e prestadores de serviços que sentem a crise como nós, estiveram solidários e marcaram presença de forma significativa.
  • Uma palavra de lamento para a ausência de resposta concreta das cadeias de distribuição Pingo Doce e Continente, escondidas atrás de um vago e dececionante comunicado da APED, Associação de Empresas de Distribuição, sem qualquer medida concreta para reduzir o escândalo de importarmos 500 milhões de produtos lácteos numa situação de dificuldade extrema dos nossos produtores de leite nacionais.
  • Registo como positivo que a Comissão Europeia tenha assumido finalmente a existência de uma crise neste setor agrícola, mas lamento que no mesmo dia em que o Conselho de Ministros da agricultura começou a dar pequenos passos (ainda insuficientes) para ultrapassar a crise, ao lado, o Conselho de Ministros dos Negócios estrangeiros tenha prolongado as sanções económicas à Rússia, causa do embargo aos produtos agrícolas europeus por parte do país que importava 30% dos queijos da Europa.
  • Aos que me perguntam se a luta pode endurecer, respondo não saber como poderão evoluir a revolta e o desespero dos produtores de leite. De uma coisa o governo e a distribuição podem estar certos: Não haverá paz no setor enquanto não houver justiça! Não vamos parar enquanto não houver uma regra concreta para a rotulagem da origem do leite e enquanto a distribuição continuar a dificultar o acesso dos consumidores ao leite e produtos lácteos portugueses e não se comprometer a comprar mais leite e produtos lácteos nacionais, com números concretos!
  • Mais importante do que tentar prever a força de futuras ações é ter consciência da força da nossa razão que não nos deixa desistir. Temos presente a parábola do juiz e da viúva (Lc 18, 2-5): «Em certa cidade, havia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Naquela cidade vivia também uma viúva que ia ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário.’ Durante muito tempo, o juiz recusou-se a atendê-la; mas, um dia, disse consigo: ‘Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me.’». A luta dos produtores de leite vai continuar! 17-3-2016
  • Carlos Neves. Presidente da APROLEP

06-03-2016  MARKETING DIRETO dos PRODUTORES DE LEITE CHEGA A LISBOA!

Em Lisboa, no próximo domingo, entre as 15h30 e as 17h00, um grupo de produtores de leite, com suas famílias, vai contactar diretamente os consumidores, em nova ação de marketing direto, à porta do Centro Comercial Vasco da Gama, para abordar diretamente os consumidores de forma a promover o leite, os produtos lácteos e todos os produtos agrícolas portugueses.

Como temos vindo a denunciar, a situação dos produtores de leite agrava-se a cada dia que passa, devido à manutenção de preços ao produtor claramente abaixo dos custos de produção, o que provoca atrasos de pagamento a fornecedores e aumento das dívidas junto do banco. Muitos produtores estão agora a abater animais para reduzir drasticamente a produção, porque a indústria que lhes transforma o leite não consegue exportar nem vender no mercado interno.

Temos de lembrar, até que a voz nos doa, que somos obrigados a reduzir a produção e vender leite ao desbarato enquanto Portugal importa quase 500 milhões de euros em produtos lácteos, dos quais 300 milhões em queijos e iogurtes. Daí o nosso apelo a consumidores e superfícies comerciais para a substituição das importações de sobras de leite da Europa por leite e produtos lácteos nacionais.

Fazemos um especial apelo ao setor de hotelaria, restauração e cafetarias, para resistirem à tentação de utilizarem queijos ou sucedâneos de queijo importados na elaboração de sandes, tostas mistas e todo o tipo de alimentos confecionados. Pedimos aos consumidores que exijam produto nacional, com o símbolo (PT), na manteiga e outro tipo de entradas servidas nos restaurantes.

Voltaremos à rua as vezes necessárias até que o Governo Português faça alguma coisa de concreto para defender a produção nacional, na identificação da origem dos produtos lácteos vendidos em Portugal, no esclarecimento dos consumidores sobre as qualidades nutritivas do leite, na ação diplomática em Bruxelas (para regular o mercado desregulado pelo fim das quotas e resolver a crise com a Rússia) e na ação diplomática no resto do mundo mobilizando as embaixadas portuguesas para ajudar à exportação dos produtos lácteos portugueses. Precisamos também aí de uma atitude cada vez mais dinâmica da indústria nacional na promoção do leite, na investigação e desenvolvimento de produtos lácteos de valor acrescentado. Sem uma ação rápida do Governo, da Indústria e Distribuição não será possível acudir à agonia atual da produção de leite português. A Direção da APROLEP

21-02-2016  NOVA AÇÃO DE MARKETING DIRETO DOS PRODUTORES DE LEITE

No próximo domingo, entre as 15h00 e as 17h00, um grupo de produtores de leite, com suas famílias, vai contactar diretamente os consumidores, em nova ação de marketing direto, para promover o leite, os produtos lácteos e todos os produtos agrícolas portugueses, à porta do Hipermercado Continente em Barcelos (R. de São Simão, Vila Frescainha (São Pedro) – junto à N103-1).

Recordamos que os produtores acumulam prejuízos a cada dia que passa, com custo de produção de aproximadamente 34 cêntimos por litro de leite, um preço médio ao produtor de 28 cêntimos por litro e situações desesperantes de agricultores que recebem menos de 20 cêntimos por litro de leite produzido, bem como outros que só poderão manter o preço se reduzirem drasticamente a produção. Estão em risco seis mil empresas de produção de leite, suas famílias, funcionários e todo a cadeia de fornecedores de produtos e serviços.

Repetimos que esta situação é inaceitável num país que importa quase 500 milhões de euros em produtos lácteos, dos quais 300 milhões em queijos e iogurtes. Insistimos que a solução é a substituição das importações de sobras de leite da Europa por leite e produtos lácteos nacionais, mais frescos, mais próximos e de qualidade comprovada, que fazem bem à saúde dos portugueses e da economia nacional.

Não desistiremos enquanto a distribuição e a indústria se recusarem a dar as mãos para salvar a produção nacional, através do escoamento da produção a um preço justo.

Vamos insistir até que o governo português defenda a produção nacional, na fiscalização intensiva dos produtos importados e na identificação da origem dos produtos. Os consumidores, que nos apoiam, tem o direito de encontrar a origem dos produtos devidamente identificada nos pontos de venda.

17-02-2016  PRODUTORES DE LEITE EM AÇÃO DE MARKETING DIRETO PARA DEFENDER A PRODUÇÃO AGRÍCOLA NACIONAL

A crise da produção de leite continua em Portugal e os produtores de leite acumulam perdas a cada dia que passa. Temos um preço médio ao produtor a rondar 28 cêntimos por litro e um custo estimado de 34 cêntimos. Preocupa-nos sobretudo a situação de muitos produtores que recebem abaixo da média e em particular a situação desesperante de dezenas de produtores que recebem menos de 20 cêntimos por litro produzido. Além disso, poucos meses após o fim das quotas, quase todos os produtores nacionais viram limitada a quantidade que podiam entregar à indústria transformadora e a situação agrava-se agora pois são obrigados a reduzir a produção, ficando sem margem para os encargos assumidos com investimentos, que em muitos casos foram realizados por jovens agricultores com apoio comunitário. Estão em risco milhares de empresas, ancoradas em património acumulado pelo trabalho de gerações de agricultores.

A dificuldade de escoar o leite produzido e o baixo preço praticado, sistematicamente abaixo da média comunitária, é inaceitável num país que importa quase 500 milhões de euros em produtos lácteos, dos quais 300 milhões em queijos e iogurtes. As exportações que também ocorrem, em produtos com menor valor acrescentado, não evitam um défice anual de 200 milhões de euros em leite e produtos lácteos. É evidente que a solução mais lógica, do ponto de vista económico, social e ambiental, é a substituição das importações de sobras de leite da Europa por leite e produtos lácteos nacionais, mais frescos, mais próximos do produtor ao consumidor, de qualidade comprovada e com mais-valias para a economia nacional.

Desafiamos a distribuição e a indústria a darem as mãos para salvar a produção nacional e em particular os produtores que se encontram na situação de desespero que referimos, através do escoamento da produção a um preço justo. Essa atuação poderia ter a chancela do Estado Português, com a atribuição do rótulo de “Produto lácteo sustentável” que garanta ao consumidor não apenas a qualidade e a origem nacional do produto, mas também um preço ao produtor que permita a sua permanência na atividade, remunerando o seu trabalho e os custos de produção.

Desafiamos ainda o governo português a defender a produção nacional da mesma forma que o fazem os governos nacionais e regionais de países vizinhos, no apoio aos produtores, na fiscalização intensiva dos produtos importados e na identificação da origem dos produtos. Os consumidores que estão solidários com a produção nacional tem o direito de encontrar a origem dos produtos devidamente identificada nos pontos de venda.

Desafiamos todos os agricultores e todas as organizações agrícolas a envolverem-se na defesa urgente do leite e de outros alimentos cuja produção atravessa atualmente uma grave crise. Face á necessidade urgente de ação, a APROLEP apoia a iniciativa dos Jovens Agricultores da AJADP que vão contactar diretamente os consumidores, num ação de marketing direto, inédito em Portugal, para promover o leite, os produtos lácteos e todos os produtos agrícolas portugueses, á porta de uma superfície comercial da cidade do Porto, na manhã de quarta-feira, dia 17 de Fevereiro.

11-01-2016  CONTINUARÁ EM 2016 A AGONIA DA PRODUÇÃO DE LEITE?

2015 foi um ano negativo para a produção de leite em Portugal. Terminámos o ano com preço médio ao produtor a rondar 28 cêntimos, menos 6 cêntimos que em Dezembro de 2014, 2 cêntimos abaixo da média comunitária e vários cêntimos abaixo do custo de produção, que deverá aumentar em 2016. E continuámos com enorme importação de produtos lácteos, provocando um défice anual de 200 milhões de euros.

Considerando o efeito da inflação, o consumidor português pode hoje adquirir leite a metade do preço que se registava em Portugal há 30 anos, aquando da adesão à CEE. Houve de facto enormes ganhos de eficiência e produtividade em toda a fileira, mas houve também, nos últimos anos, uma grande desvalorização do leite, usado como isco para atrair consumidores à custa de derreter totalmente a margem do produtor para baixo do custo de produção, sem falar dos mais recentes ataques ao leite como alimento que beneficiam bebidas vegetais alternativas.

As consequências desta situação que se arrasta têm sido desastrosas para as seis mil famílias que sobrevivem a produzir leite nacional, assistindo com angústia ao aumento da dívidas a bancos e fornecedores, à falência de colegas, ao abandono da atividade, falta de comida e abate indiscriminado de animais em plena produção. Mantém-se em atividade muitas explorações suportadas no crédito de fornecedores, na expetativa que a situação melhore, mas não se vislumbram soluções nem perspetivas positivas para os próximos meses.

Em 2015, tal como noutras crises, Bruxelas prometeu milhões para compensar as perdas do último ano, consequências das suas opções políticas sobre o fim das quotas e a crise com a Rússia. Desses milhões o pouco que chegou aos produtores portugueses foi significativamente menos do que receberam os produtores de países vizinhos, com apoios reforçados pelos seus governos, o que provoca uma concorrência desleal com os produtores nacionais, já depauperados pelo baixo preço recebido.

Aguardamos agora com expectativa a atuação do novo governo face à situação dramática em que sobrevivem os produtores de leite. Esperamos, nomeadamente:

– Que defenda na União Europeia uma política para evitar excedentes de produção e a inundação do mercado português com as sobras de leite de outros países, cuja rotulagem precisa ser reforçada.

– Que assuma como objetivo atingir em Portugal um preço ao produtor não inferior à média comunitária e ajudas ao mesmo nível dos produtores de outros países da Europa.

– Que assuma o esclarecimento dos consumidores sobre a qualidade do leite português e as qualidades reconhecidas do leite como alimento recomendado pela Direção Geral de Saúde.

– Que incentive e apoie a inovação na transformação do leite por parte da indústria e a conquista de novos mercados.

– Que desafie a Distribuição a assumir o compromisso de garantir um preço justo e um tratamento digno para os fornecedores, tal como foi acordado há meses na França (apontando preços de 34 cêntimos ao produtor) e, mais recentemente, na Espanha (garantindo aumentos de 2 cêntimos). Renovamos a proposta para que esse compromisso seja assinalado com um rótulo de “Produto lácteo sustentável” que garanta ao consumidor não apenas a origem nacional do produto, mas também um preço ao produtor que permita a sua permanência na atividade, remunerando o seu trabalho e os custos de produção.

Sem uma atuação patriótica e responsável da Indústria e Distribuição, sem a supervisão ativa do Governo, iremos certamente assistir ao desaparecimento das poucas famílias cujo trabalho ainda permite a auto suficiência na produção de leite em Portugal.

© 2025 APROLEP - Todos os Direitos Reservados | por is4u